Empreendedorismo feminino: do sonho ao sucesso no Brasil
Mulheres que sonham, mulheres que movem o mundo. Se você já parou para observar o cenário de negócios no Brasil nos últimos anos, certamente notou um movimento crescente e inspirador: o aumento exponencial do número de mulheres à frente de seus próprios empreendimentos. Empreender é mais que abrir um negócio — é abrir caminhos para si e para outras, redefinindo o papel feminino na economia e na sociedade.
Neste artigo, vamos mergulhar fundo no universo do empreendedorismo feminino no Brasil. Vamos refletir sobre os avanços, celebrar as conquistas e, com uma abordagem crítica e empática, desvendar os desafios que ainda persistem. Prepare-se para se inspirar com histórias reais, confrontar dados atuais e descobrir como milhares de mulheres estão transformando sonhos em negócios de impacto, mesmo diante de um cenário complexo.
Raízes e razões: por que mulheres estão empreendendo mais?
O aumento do empreendedorismo feminino no Brasil não é um fenômeno isolado, mas o resultado de uma confluência de fatores sociais, econômicos e pessoais. A busca por autonomia, por exemplo, é uma das principais molas propulsoras. Muitas mulheres enxergam no empreendedorismo a chance de ter controle sobre seu tempo, sua renda e suas decisões, fugindo de modelos de trabalho tradicionais que nem sempre se adequam às suas realidades.
Ainda, a necessidade, muitas vezes impulsionada pelo desemprego ou pela busca por uma renda complementar, leva um grande número de mulheres a iniciar seus próprios negócios. Dados do Sebrae e da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), que analisa o cenário empreendedor globalmente, mostram que as mulheres são maioria entre os Microempreendedores Individuais (MEIs). Em 2023, o Brasil registrou um crescimento notável no empreendedorismo feminino, com mais de 10,1 milhões de mulheres à frente de seus negócios. De acordo com o Sebrae, no segundo trimestre de 2023, o número de mulheres à frente de seus negócios cresceu 37% em 10 anos, com 10,3 milhões de empreendedoras ativas no Brasil.
Apesar do crescimento, as mulheres ainda enfrentam barreiras significativas, especialmente no acesso a crédito, tecnologia e na escalabilidade de seus negócios. É crucial diferenciarmos o empreender por necessidade — quando a pessoa busca no negócio uma forma de sobreviver — do empreender por oportunidade, impulsionado pela identificação de uma lacuna no mercado ou pelo desejo de inovar. Embora ambos sejam válidos e importantes, a transição do empreendedorismo por necessidade para o por oportunidade é um indicativo de maior maturidade e sustentabilidade do negócio.
Os desafios ainda são muitos — mas a gente não foge da luta
Mesmo com todo o avanço, o caminho do empreendedorismo feminino está longe de ser livre de obstáculos. As barreiras são multifacetadas e, muitas vezes, enraizadas em questões culturais profundas. O machismo, velado ou explícito, ainda se manifesta na forma de desconfiança sobre a capacidade de liderança feminina ou na subestimação de seus negócios. A falta de apoio familiar, especialmente em contextos mais tradicionais, também pode ser um impeditor, sobrecarregando a mulher com as responsabilidades domésticas e de cuidado.
A conciliação entre maternidade e vida empreendedora é, sem dúvida, um dos maiores desafios. A famosa "jornada tripla" (casa, filhos e trabalho) é uma realidade exaustiva para muitas, tornando o mito da mulher multitarefa uma armadilha, em vez de um superpoder. A pressão para ser perfeita em todas as áreas pode levar ao esgotamento físico e mental.
Além disso, a diferença no acesso a crédito e capacitação ainda é latente. Instituições financeiras, muitas vezes, impõem mais obstáculos para mulheres, exigindo garantias maiores ou duvidando da viabilidade de seus planos de negócio. A falta de representatividade em grandes negócios e em cargos de liderança também é um problema, reforçando a ideia de que certos espaços não são para mulheres.
E não podemos ignorar a invisibilização. Mulheres negras, indígenas, LGBTQIAP+ e periféricas enfrentam camadas adicionais de preconceito e falta de oportunidades, tornando suas jornadas empreendedoras ainda mais árduas e invisibilizadas pela narrativa dominante.
Redes, coletividade e resistência: onde uma cresce, todas crescem
Diante de tantos desafios, a sororidade e a formação de redes de apoio se tornam não apenas importantes, mas essenciais. É na coletividade que as mulheres encontram força, inspiração e recursos para superar obstáculos. Movimentos como a Rede Mulher Empreendedora, Mulheres do Brasil, PretaHub e Afrobusiness são exemplos poderosos de como a união pode transformar realidades. Essas iniciativas oferecem desde mentorias e capacitações até espaços de networking e visibilidade, criando um ecossistema de apoio mútuo.
A importância de mentorias, espaços de formação e feiras colaborativas é inegável. Nesses ambientes, empreendedoras podem compartilhar experiências, aprender com os erros e acertos umas das outras e encontrar soluções conjuntas para problemas comuns. A troca de conhecimento e o incentivo mútuo são combustíveis para o crescimento, provando que, onde uma cresce, todas crescem.
Casos reais de sucesso no Brasil
O Brasil está repleto de histórias inspiradoras de mulheres que, com visão, resiliência e muito trabalho, transformaram suas ideias em negócios prósperos. São empreendedoras digitais que conquistaram milhões de seguidores e clientes, chefs que revolucionaram a gastronomia, artesãs que levaram a cultura brasileira para o mundo, e líderes de startups que estão inovando em diversos setores.
Pense em figuras como Monique Evelle, empreendedora social e co-fundadora da Desabafo Social e Inventivos. Eleita uma das 100 afrodescendentes mais influentes do mundo pela MIPAD (Most Influential People of African Descent) em 2017. Ou em Zica Assis, que começou como empregada doméstica e criou o Instituto Beleza Natural, uma rede de salões de beleza voltada para cabelos crespos e ondulados, tornando-se uma das maiores empresárias do país. Essas mulheres, assim como nós da MM Monteiros acreditamos no poder de empreender com propósito, mostram que é possível ir além das expectativas e construir um legado.
Empreendedorismo com propósito: não é só vender, é transformar
O empreendedorismo feminino, muitas vezes, vai além do lucro. Há uma forte tendência em construir negócios com propósito, seja ele social, criativo, sustentável ou inclusivo. Mulheres estão criando marcas que não apenas vendem produtos ou serviços, mas que curam dores reais, promovem a diversidade, impulsionam a sustentabilidade e geram impacto positivo na sociedade.
O consumo consciente, inclusive, tem sido uma força motriz para o sucesso desses empreendimentos. Consumidores estão cada vez mais atentos à origem dos produtos, à ética das empresas e ao impacto social de suas escolhas. Nesse cenário, o empreendedorismo com propósito se destaca, mostrando que é possível unir sucesso financeiro com transformação social. Empreender, para muitas mulheres, é um ato de empoderamento coletivo.
Dicas práticas para quem quer começar hoje (ou recomeçar com força)
Se você sente o chamado do empreendedorismo, mas não sabe por onde começar, ou se já está no caminho e precisa de um empurrão, aqui vão algumas dicas práticas para transformar seu sonho em realidade:
Planejamento é tudo: Comece com a sua ideia e, a partir dela, construa um plano de negócios sólido. Defina seu público-alvo, seus produtos/serviços, sua estratégia de marketing, seus custos e suas metas. Não precisa ser um documento formal no início, mas ter clareza é fundamental.
Educação empreendedora: O conhecimento é seu maior ativo. Aproveite os cursos gratuitos oferecidos por instituições como o Sebrae, Google (Google Ateliê Digital), e a Aliança Empreendedora. Eles oferecem conteúdos valiosos sobre gestão, finanças, marketing e muito mais.
Acesso a microcrédito: Se a questão financeira é um impeditor, pesquise por canais de microcrédito voltados para mulheres. Bancos comunitários e algumas ONGs oferecem linhas de crédito com condições especiais para empreendedoras.
Use as redes sociais a seu favor: Com pouco investimento, você pode começar seu negócio online. Instagram e WhatsApp Business são excelentes ferramentas para divulgar seus produtos, interagir com clientes e realizar vendas.
Ferramentas básicas: O Canva para criar artes e conteúdos visuais incríveis, o Pix para facilitar pagamentos, e plataformas de e-commerce como o Elo7 ou o Nuvemshop (para pequenos negócios) podem simplificar muito sua jornada. O Notion pode te ajudar na organização de tarefas e ideias.
Conclusão: Sonhar grande é coisa de mulher, sim!
O empreendedorismo feminino no Brasil é uma força imparável, um testemunho da capacidade das mulheres de inovar, resistir e transformar. Se a sociedade ainda duvida, a gente mostra: não só podemos empreender, como podemos mudar o mundo com isso. Cada negócio liderado por uma mulher é um passo a mais em direção à equidade, à autonomia e a um futuro mais justo e próspero para todos.
Se você tem uma ideia no coração e coragem nas mãos, o seu lugar no empreendedorismo já está reservado. Conte com a gente pra seguir nessa caminhada.
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Você é uma mulher empreendedora? Quais desafios e conquistas marcaram sua jornada? Deixe seu comentário abaixo e inspire outras pessoas. Conheça também outras publicações da MM Monteiros para mais dicas e inspirações!



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